Erros que você deve evitar no primeiro capítulo

erros que você deve evitar no primeiro capítulo

O primeiro capítulo de um livro é a vitrine da sua história. Se ele tiver os elementos necessários para prender a atenção do leitor, então você terá companhia para os demais capítulos. Caso ele não consiga fisgar-lhe o interesse, a leitura pode ser interrompida ali mesmo. Eis porque o primeiro capítulo é tão fundamental. Mas há certos erros que podem comprometer esse início ideal, e é sobre eles que falarei neste artigo.

Alguns desses equívocos, quando cometidos, pode arruinar essa função do primeiro capítulo para a história. A inserção de algumas situações, ou a falta de outras, podem fazer com que o leitor não se sinta tão impactado assim pela sua narrativa e desista de prosseguir. Por isso é tão importante escrever o primeiro capítulo com o mesmo cuidado e atenção com que se escreve o capítulo final.

Veja o que você NÃO pode fazer no primeiro capítulo

Um dos principais problemas que volta e meia surgem no primeiro capítulo é o autor não apresentar o personagem principal. É preciso cativar o leitor para o seu protagonista, fazê-lo se interessar, se importar com ele, para que queira continuar acompanhando a sua jornada. E isso precisa ser feito logo de cara, para que se saiba sobre quem aquilo tudo se trata. Por isso, mostre já no início quem é e como é o seu protagonista.

Se, por um lado, a falta da apresentação do personagem compromete o primeiro capítulo, por outro, o excesso também pode trazer péssimos resultados. E, neste caso, o excesso de descrição. É comum que o autor queira explicar para o leitor tudo sobre o passado, cenário ou situação apresentada, mas descrição em demasia acaba provocando o efeito contrário. Por que alguém se demorará lendo longos parágrafos descritivos a respeito de alguém com quem ele ainda nem se importa o suficiente? Então, antes de alongar-se nas explicações, é fundamental estabelecer esse laço entre leitor e personagem.

Aliás, o estabelecimento dessa conexão muitas vezes é deixado de lado. É bom dedicar um tempo para mostrar quem é o seu protagonista – e faça isso por meio de ações. Em vez das longas descrições, apresente uma cena que seja capaz de revelar-lhe a personalidade e cativar o leitor.

Outra das funções do primeiro capítulo, além de apresentar o personagem principal e criar um vínculo entre ele e o leitor, é garantir a continuidade da leitura. A conexão com o personagem já mencionada é uma das formas de prender o leitor, mas há outras maneiras de fazê-lo. E criar um gancho para os próximos capítulos é uma das mais eficazes. Pense no gancho como uma resposta que o leitor fará a si mesmo e que só poderá ser respondida nos capítulos seguintes.

Mas não uma pergunta genérica do tipo: o que acontecerá a seguir? Pense que é preciso suscitar a curiosidade sobre fatos mais específicos. Por exemplo: quem é a pessoa debaixo da cama de casal e por que ela está aí? Isso garantirá o interesse pela sua história.

Muitas vezes esse interesse não é despertado no primeiro capítulo porque falta, justamente, ação. E quando falo em ação não estou me referindo a perseguições, tiroteios e afins. A ideia de que a história comece com uma ação serve para que o leitor tome conhecimento do personagem por meio de seu comportamento, em vez de conhecê-lo através de descrições.

Uma ação pode ser algo cotidiano como, por exemplo, o ato de escovar os dentes ao acordar. Se o seu personagem passa meia hora escovando os dentes, passando fio dental, fazendo bochechos com antiséptico bucal e algo mais, a ideia que se terá dele é de que é alguém exageradamente meticuloso e preocupado com a higiene pessoal – talvez até com sintomas de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Dessa forma, em vez de longas explanações, você terá um primeiro capítulo com uma ação que definirá o seu personagem para o leitor, sem que você precise defini-lo com descrições.

Que outros erros você considera comprometedores para o primeiro capítulo de um romance?

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Sobre o Autor

Ronize Aline
Ronize Aline

Ronize Aline é escritora e consultora literária. Já foi crítica literária do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, e trabalhou como preparadora de originais para várias editoras nacionais. Atualmente orienta escritores a desenvolverem suas habilidades criativas e criarem histórias com potencial de publicação.

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