6 ícones na escrita lúdica de Julio Cortázar

Há exatamente 100 anos nascia Julio Cortázar. Com sua escrita lúdica, o autor deixou uma obra que até hoje serve de inspiração para muitos, que tentam mimetizar sua literatura cheia de metáforas. O divertimento, a brincadeira, o jogo, todos esses são elementos que sempre estiveram presentes em seus livros.

Julio Cortázar

O escritor, nascido em Bruxelas, mudou-se para a Argentina com quatro anos e viveu lá até os 38. Mudou-se para Paris, cidade com grande influência em sua obra, em 1951, descontente com a ditadura peronista no país. Entre suas obras mais conhecidas estão: Bestiário (1951), As armas secretas (1959), Histórias de Cronópios e de Famas (1962),  O jogo da amarelinha (1963), Todos os fogos o fogo (1966) e Fantomas contra os vampiros multinacionais (1975).

A escrita de Julio Cortázar

Veja abaixo 6 ícones recorrentes na escrita lúdica de Julio Cortázar a partir de declarações dadas pelo próprio autor em entrevistas:

1. O ritmo

“Acho que o elemento fundamental ao qual sempre obedeci é o ritmo. Não é a beleza das palavras, a melodia, nem as aliterações (embora às vezes tenha me divertido com elas, seguindo um pouco Mallarmé). O que me preocupa é a noção de ritmo. Para empregar um termo de jazz, o músico o envolve pelo lado do swing, do ritmo. É o que sempre tentei fazer nos meus contos. Tentei que a frase não diga apenas o que quer dizer, mas o diga de um modo que potencialize esse dizer, que o introduza em outras vertentes, não só na mente, mas na sensibilidade.”

2. O jogo

“Para mim, a literatura é uma forma de brincar. A literatura é assim – um jogo, mas um jogo no qual a gente pode colocar a própria vida. Pode-se fazer tudo por esse jogo. Esta espécie de constante lúdica explica, se não justifica, muito do que escrevo ou vivo.”

3. O conto

“O conto tem que chegar fatalmente ao seu fim, como chega ao fim uma grande improvisação de jazz ou uma grande sinfonia de Mozart. Se não se detiver na hora certa, vai tudo para os diabos (…) O romance vence sempre por pontos, enquanto o conto deve vencer por nocaute.”

4. O olhar

“Como escrevo de uma fenda, estou sempre pedindo para que outros busquem as suas e espiem por dentro delas o jardim onde as árvore têm frutos que são, certamente, pedras preciosas. O monstrinho segue firme.”

5. O tempo

“O metrô sempre foi para mim um lugar de passagem, onde o sentimento de tempo muda. No conto ‘O perseguidor’, aliás, um personagem descobre que o tempo é completamente diferente quando se está no metrô ena superfície. Este é um sentimento, uma experiência, que tenho pelo menos uma vez a cada quinze dias.”

6. A cidade (Paris)

“Meu mito de Paris atuou em meu favor, me fez escrever um livro, ‘O jogo da amarelinha’, que é um pouco a encenação de uma cidade vista de uma maneira mítica. Toda a primeira parte que se passa em Paris é a visão de um latino-americano perdido em seus sonhos a passear em uma cidade que é uma imensa metáfora.”

Qual seu livro preferido de Julio Cortázar e o que mais gosta na escrita do autor?

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Sobre o Autor

Ronize Aline
Ronize Aline

Ronize Aline é escritora e consultora literária. Já foi crítica literária do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, e trabalhou como preparadora de originais para várias editoras nacionais. Atualmente orienta escritores a desenvolverem suas habilidades criativas e criarem histórias com potencial de publicação.

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