Categorias de livros infantis: saiba onde sua história se encaixa

Livros infantis apresentam características diferentes de acordo com a faixa etária para a qual se destinam. Até determinada idade, ilustrações ocupam a maior parte das páginas, mas à medida que a criança cresce a quantidade de texto – bem como a complexidade da trama – aumenta. Então se você tem um projeto de escrever para criança, é interessante conhecer as categorias de livros infantis. Neste segundo post da série Criança na Literatura, que celebra as comemorações de outubro, vou mostrar as diferentes categorias de acordo com a idade dos leitores.

Categorias na literatura infantil

 

Pré- leitor (livro-imagem)

Dentro das categorias de livros infantis, esses são livros onde as imagens desempenham papel fundamental na história, fornecendo uma experiência visual à criança. As ilustrações são em maior quantidade que o texto. Nem sempre, no entanto, as imagens precisam contar uma história. Às vezes podem ilustrar letras ou números, por exemplo. E costumam ser publicados em pequenos formatos, para que a criança possa manuseá-lo mais facilmente. Esse gênero pode apresentar algumas subdivisões:

Livros para Bebês
Esses livros costumam conter canções de ninar, rimas e até mesmo não apresentam texto algum.
Exemplos:
Gildo, de Silvana Rando (Brinque-Book).
Que cara é essa?, de Nicola Smee (Editora Caramelo).
Sim, de Jez Alborough (Brinque-Book).

Livros para Crianças Pequenas
Apresentam histórias simples para crianças de 1 a 3 anos. Os temas abordam fatos do dia a dia da criança ou então aspectos conceituais, como cores, formas e números. Costumam ser livros curtos, com 12 a 16 páginas.
Exemplos:
20 disfarces para um homenzinho narigudo, de Marcelo Martinez (Editora Nova Fronteira).
Dia do mar, de Miguel Carvalho (RHJ Editora).
Maria tem 5, de Fernanda Valverde (Escrita Fina Editora).

Livros Introdutórios
Nesse formato, os livros trazem histórias para crianças de 2 a 5 anos, como contos de fadas simples ou livro conceituais mais elaborados que os anteriores. A parte textual não ultrapassa as 500 palavras, sendo que podem alcançar uma média de 32 páginas, incluindo ilustrações em todas as páginas.
Exemplos:
O mundo inteiro, de Liz Garton Scanlon e Marla Frazee (Editora Paz e Terra).
O piquenique da Monique, de Sonia Rosa com ilustrações de Bruna Assis Brasil (Memória Visual Editora).

Livros de história com imagens
São livros para crianças de 4 a 6 anos e que também chegam às 32 páginas, sendo que a parte textual pode chegar a 1000 palavras. O plot é simples, sem sub-plots ou viradas complicadas, com um personagem principal que incorpora as emoções, preocupações e pontos de vista da criança. As ilustrações desempenham um papel tão importante quanto o texto na história, e podem estar em todas as páginas ou em páginas alternadas.

Exemplos:
Com que bicho você se parece?, de Sandra Ronca (RHJ Editora).
Lino, de André Neves (Editora Callis)
Pai, de Guto Lins (Editora Globo).

 

Leitor iniciante

Os livros incluídos nessa categoria são voltados para crianças que já começam a ler sozinhas, portanto as imagens ainda são preponderantes às palavras. Voltados para crianças de 6 a 8 anos, têm ilustrações coloridas em cada página, assim como um livro de imagens, mas voltados para os mais crescidos. O tamanho pode variar de editora para editora, podendo ter de 32 a 64 páginas, com o texto podendo chegar a 2000 palavras. Apresentam histórias bem-humoradas, que são contadas basicamente por meio de ação e diálogo em sentenças gramaticalmente simples (uma ideia por sentença). A média por página costuma ser de 2 a 5 sentenças. Realidade e fantasia interessam a esse leitor.

Exemplos:
A menina e os relógios, de Nara Vidal com ilustrações de Zeka Cintra (Editora DSOP).
Anete, nariz de chiclete, de Ronize Aline (Escrita Fina Edições).
E o dente ainda doía, de Ana Terra (Editora DCL).
Nina e a Lamparina, de Claudia Nina com ilustrações de Cecília Murgel (Editora DSOP).
Sonho de Mãe, de Andrea Viviana Taubman com ilustrações de Sandra Ronca (Editora Jovem).

 

categorias na literatura infantil

Leitor em processo

Já nessa categoria, imagens e texto estão em equilíbrio, com frases ainda na ordem direta, mas já pertencendo a períodos compostos. Direcionados a leitores de 8 a 9 anos, o manuscrito pode chegar a 30 páginas divididas em capítulos de 2 a 3 páginas. As ilustrações podem ser em preto e branco e aparecerem em poucas páginas. O humor ainda é muito apreciado em histórias que representam o mundo real ou o maravilhoso, e a narrativa desenvolve-se linearmente, com início, meio e fim.

Exemplos:
Aniversário no cemitério, de Alexandre de Castro Gomes com ilustrações de Cris Alhadeff (Escrita Fina Edições).
O dono da Lua, de Ronize Aline com ilustrações de Martha Werneck (Escrita Fina Edições).
O sumiço do O, de Sandra Ronca (Prumo Editora).
Pai, não fui eu!, de Ilan Brenman com ilustrações de AnnaLaura Cantone (Companhia das Letrinhas).

 

Leitor fluente

Dentro dessa categoria, as ilustrações não tornam-se mais indispensáveis. Indicados para leitores de 10 a 11 anos, esses livros têm manuscrito entre 45 e 60 páginas divididas em capítulos de 3 a 4 páginas. As sentenças são um pouco mais complexas mas os parágrafos ainda são curtos (2 a 4 sentenças em média). Os capítulos costumam terminar no meio de uma cena para manter o leitor interessado em continuar a leitura. Com linguagem mais elaborada, as personagens mais atraentes desses livros são aquelas que buscam vencer desafios em prol da justiça e da dignidade.

Exemplos:
Coração de Bicho – fábulas modernas, de Angélica Lopes (Escrita Fina Edições)
Marcelo Marmelo Martelo, de Ruth Rocha com ilustrações de Adalberto Cornavaca (Editora Salamandra).
O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry (Nova Fronteira).

 

Leitor crítico

Livros que se encaixam nessa categoria trazem histórias mais complexas, com sub-plots de personagens secundários entrelaçados na narrativa. Os temas são mais sofisticados, com tramas reflexivas e críticas sem a necessidade de imagens. Os leitores, que estão entre 12 e 13 anos, já dominam a linguagem verbal, assim como o pensamento abstrato. Os manuscritos tornam-se mais longos, atingindo de 100 a 150 páginas, e os protagonistas costumam ter a mesma média de idade do leitor, incorporando sua visão de mundo e emoções.

Exemplos:
A coragem das coisas simples, de Stella Maris Rezende com ilustrações de Laurent Cardon (Editora Globinho).
Arco-íris em preto e branco, de Nara Vidal com ilustrações de Suppa (Editora Dimensão).
Eu, meu cachorro e meus pais separados, de Letícia Sardenberg (Zit Editora).

 

Perdeu o primeiro post da série? Então vá lá e leia

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Sobre o Autor

Ronize Aline
Ronize Aline

Ronize Aline é escritora e consultora literária. Já foi crítica literária do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, e trabalhou como preparadora de originais para várias editoras nacionais. Atualmente orienta escritores a desenvolverem suas habilidades criativas e criarem histórias com potencial de publicação.

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